Kalahari : Uma Aventura no Deserto Africano

 Rogério Andrade Barbosa é escritor, professor, ex-voluntário das Nações Unidas na Guiné-Bissau. Graduou-se em Letras pela Universidade Federal Fluminense e fez pós-graduação em Literatura Infantil Brasileira na UFRJ. Trabalha na área de Literatura Afro-brasileira e programas de incentivo à leitura, proferindo palestras e ministrando cursos além de viajar pelo Brasil afora nas asas do projeto Proler, da Fundação Biblioteca Nacional. Em 1994, participou como autor convidado e contador de histórias nas Feiras do Livro de Frankfurt (Alemanha) e Guadalajara (México). Em 1995, do II Encontro Iberoamericano de Literatura para Crianças e Jovens, em Havana (Cuba). Em 2000, do 27º Congresso do IBBY, em Cartagena (Colômbia) e, em 2001, da Feira do Livro Infantil de Bolonha (Itália). Em 2002 participou do 28º Congresso do International Board on Books for Young People (IBBY), em Basel (Suiça), e foi o autor brasileiro indicado para a Lista de Honra do IBBY. Em 2004 participou do 29º Congresso do IBBY em Cape Town, na África do Sul e, em 2005, recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prêmio ABL de Literatura Infanto-Juvenil. É membro da Society of Children's Book Writers and Illustrators e foi presidente da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil (AEI-LIJ) durante dois mandatos (1999/2001 e 2001/2003). 

Fonte :http://www.editorasaraiva.com.br/nossosAutoresDetalhes.aspx?autor=560

Postado por: João Victor,Thomas e Júlio

DESERTO DO KALAHARI

Localizado ao sul da África, o Deserto de Kalahari ou Calaari possui cerca de 900.000 km²  de extensão, distribuídos pelas regiões da Botsuana, Namíbia e África do Sul. Seu nome é derivado da palavra Kgalagadi cujo significado é “a grande sede”. O deserto é parte da bacia de areia que se estende desde o rio Orange até Angola, no oeste da Namíbia e no leste do Zimbábue. A formação do Deserto de Kalahari se deu pela corrente marítima fria de Benguela, que atua na costa sudoeste da África, condensando o vapor de água que segue em direção ao continente o que faz com que as massas de ar cheguem mais secas ao mesmo, e consequentemente formando o deserto.A flora do Kalahari apresenta árvores dispersas, como palmeiras e baobás, formações arbustivas, matagais xerófitos e herbáceos próprias da savana. A fauna é constituída principalmente por suricatas e hienas. Embora pouco desenvolvida em toda a extensão do território, a flora é mais densa no norte. Além da vasta área coberta por areia avermelhada sem afloramento de água em caráter permanente.Estudiosos afirmam que o Kalahari não é um deserto propriamente dito, pois partes dele recebem mais de 250 mm de chuva mal distribuída anualmente e possuem bastante vegetação. O clima é árido somente no sudoeste (menos de 175 mm de chuva ao ano), o que faz do Kalahari um deserto de fósseis. As temperaturas no verão vão de 20 a 40 °C, podendo alcançar 50 °C e no inverno, o clima é seco e frio com geada à noite, podendo ficar abaixo de 0 °C. Apesar de não se parecer com um deserto, ele se comporta como um.Durante a curta estação chuvosa se transforma em um grande paraíso de vegetação exuberante e uma fauna colorida e animada.No entanto, o clima do Kalahari é bastante imprevisível, considerado seco e temperamental. Pode chover muito forte em um dia, a chuva que produz inundações que tudo varrem, enquanto no dia seguinte pode ser tão seco como sempre. Portanto, a capacidade de sobrevivência e adaptação ao deserto de Kalahari é difícil.Devido ao enorme potencial econômico, o deserto sofre ameaças dos recursos naturais. A região conta com grandes reservas de urânio, carvão mineral, cobre e níquel. Algumas empresas de mineração exploram e devastam o deserto. Além disso, uma das maiores minas de diamantes do mundo, está localizado na Orapa no Makgadikgadi, uma depressão do nordeste do Kalahari.

Fonte:http://www.infoescola.com/biomas/deserto-de-kalahari/

Postado por: João Victor

BOSQUÍMANOS

Os bosquimanos são homens do bosque que representam um tipo étnico muito interessante. Continuam a viver em estado semi selvagem, da caça.
Este povo com um passado antigo não tem praticamente registos históricos escritos.
Ao desembarcarem nas praias da África Austral, há mais de 350 anos, os colonos europeus chamaram-lhes apenas homens do mato, ou do bosque - bosquímanos. Considerando-os "indomáveis" e uma ameaça para os animais domésticos, os colonos trataram-nos como ralé, matando-os em grande número.
Num estudo de antropologia publicado no século XIX, J.C. Prichard resume assim a vida dos bosquímanos: "Nunca os seres humanos viveram em condições de tanta indigência e miséria".
Nas populares feiras de horrores da época vitoriana, pequenos grupos de bosquímanos eram anunciados como "os anões de África". Os primeiros antropólogos classificaram-nos como "fósseis vivos" e não completamente humanos, encarando-os como o elo em falta na evolução da Humanidade. Outro antropólogo considerou a fantástica língua dos bosquímanos, com os seus estalidos, mais próxima dos sons dos animais do que da fala humana.
Hoje cerca de 85.000 bosquímanos vivem à beira da extinção cultural.
Fisicamente eram similares aos pigmeus em tamanho e tinham também um castanho claro como cor de pele.

Onde vivem:As evidências arqueológicas encontradas em Lunda, Congo e no Deserto do Namibe, a área conhecida actualmente como Angola tem sido habitada desde tempos pré-históricos. Contudo, foi somente milhares de anos mais tarde, no inicio da história registada, que apareceram as sociedades mais desenvolvidas. Os primeiros as estabelecerem-se foram os Bosquímanos, que eram conhecidos como grandes caçadores.A maior parte reside nas regiões mais distantes do deserto do Kalahari, no Botswana, na Namíbia, na África do Sul, em Angola e na Zâmbia.

Como vivem:Este interesse é reforçado pela ideia de que o bosquímano é um dos últimos elos que nos une à antiga existência de caçadores-recolectores, um modo de vida comum a toda a humanidade até há cerca de 10.000 anos, no tempo em que os seres humanos ainda não domesticavam os animais nem semeavam cereais.Uma época em que dependíamos directamente da natureza para sobreviver. Desde há algum tempo que os bosquímanos deixaram de viver como caçadores-recolectores, em total isolamento.
Uma das vantagens principais dos bosquímanos em relação a outras sociedades humanas era a sua capacidade para sobreviverem sem água de superfície.
Guardando segredo sobre a forma de encontrar água em melancias e tubérculos, e aprendendo a enterrar ovos de avestruz cheios de água na estação das chuvas para recuperá-los durante a estação seca, os bosquímanos mostraram-se capazes de sobreviver onde os outros não conseguiam.

Curiosidade:Perto do final do século XVIII, apenas 150 anos depois da chegada dos holandeses ao Cabo da Boa Esperança, milhares de bosquímanos foram abatidos e mortos, e muitos mais foram obrigados a trabalhar para os colonizadores.
O novo governo britânico prometeu solenemente acabar com a guerra - esperavam conseguir civilizar os bosquímanos, encorajando-os a adoptar um estilo de vida mais agrícola, mas sem êxito.
Por volta de 1870, os últimos bosquímanos do Cabo foram perseguidos até à extinção. Outros grupos de bosquímanos conseguiram sobreviver às invasões dos europeus, apesar das ameaças constantes.
Embora não esteja confirmado, diz-se que a última licença para capturar bosquímanos foi dada na Namíbia pelo governo sul-africano, em 1936.



Fonte:http://www.grupoescolar.com/materia/bosquimanos.html

Postado por: João Victor

LOBOS BRANCOS
Eles representam menos de um sétimo da população, estão divididos, talvez um pouco atordoados com a ruptura da ordem segregacionista imposta pelo apartheid. Mas uma parcela dos brancos sul-africanos está armada até os dentes, e pode fazer enorme estrago se o plebiscito aprovar as reformas do presidente Frederik de Klerk. Somente entre a extrema direita branca, o pesquisador Jim Booyse catalogou 97 facções.
Todos esses grupos estão de acordo num ponto básico: os brancos sul-africanos não devem conviver de igual para igual com os negros. Entre as organizações brancas radicais, a mais conhecida é o Movimento de Resistência Africânder (AWB), liderado pelo neonazista Eugene Terreblanche.
Fundado em 1979, e financiado sobretudo pelos ricos proprietários de terras, o AWB defende a criação de um país exclusivamente africânder (ou de brancos descendentes dos pioneiros holandeses).
O grupo treina para a luta armada e realiza atentados contra líderes negros e brancos reformistas. Em suas manifestações, vestidos de uniformes cáqui, seus militantes exibem fuzis e um emblema que parece uma suástica de três pernas. A partir de agosto de 1990, quando a luta entre zulus e cossas, antes restrita à província de Natal, chegou ao Transvaal, onde estão Pretória e Johannesburgo, a extrema direita branca foi acusada de incitar o confronto.
Moradores das cidades-dormitórios afirmaram várias vezes ter visto brancos abrindo fogo com metralhadoras no meio da multidão de negros. A polícia confirmou a participação de extremistas brancos em alguns distúrbios. Esse tipo de ação desestabilizadora, juntamente com os atentados, poderia ser lançado em maior escala por grupos como o AWB, o Movimento de Liberação dos Brancos, os Lobos Brancos e o Exército de Libertação dos Brancos, entre os mais conhecidos.
O AWB é considerado uma espécie de braço armado do Partido Conservador (CP), que defende a separação do país em cantões para cada grupo racial, declara-se contra a violência mas diz que compreende os brancos que a ela recorrem. Liderado por Andries Treurnicht, o CP surgiu como dissidência do Partido Nacional em 1982.
Mas quem começa lentamente a realizar o sonho de um Estado só para brancos é a Guarda Popular Africânder, criada em 1984 pelo teólogo Carel Boshoff. Tentando reviver o pioneirismo dos primeiros colonos holandeses, o grupo comprou uma área às margens do Rio Orange, onde pretende instalar Orânia, terra prometida africânder.
Cerca de 500 mestiços já foram expulsos da área, pela qual os negros só poderão passar de carro. O governo descarta a possibilidade da autorizar o enclave.

Fonte:http://www.lourivalsantanna.com/afri0007.html

Postado por: Thomas


NELSON MANDELA 

Nelson Rolihlahla Mandela foi um líder rebelde e, posteriormente, presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento anti-apartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia.
De etnia Xhosa, Mandela nasceu no pequeno vilarejo de Qunu, distrito de Umtata, na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Seu pai morreu logo depois, e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.
Em 1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e ali tomou interesse no boxe e nas corridas. Após se matricular, ele começou o curso para se tornar bacharel em direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o movimento estudantil, num boicote contra as políticas universitárias, sendo expulso da universidade. Dali foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência. Continuou seus estudos de direito na Universidade de Witwatersrand.Como jovem estudante do direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.
Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid.Comprometido de início apenas com atos não-violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.
Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).
No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.
Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993.
Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.
Ele se casou três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.
Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª., a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.
Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.
Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS.
A comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows, que ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a presença de artistas e celebridades engajadas nessa luta.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u722.jhtm

Postado: Júlio